quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Novo estudo mostra que transplante de células-tronco não causa rejeição

Estudo contradiz pesquisa publicada no ano passado e abre caminho para novas terapias regenerativas.

Maria Fernanda Ziegler- iG São Paulo |
 



                                                       Getty Images
                 Células pluripotentes podem se converter em qualquer tipo de célula
Pesquisadores japoneses conseguiram transplantar em camundongos células derivadas de células-tronco adultas pluripotentes induzidas sem a ocorrência de rejeição. A descoberta abre caminho para uma série de novos tratamentos, visto que as células-tronco pluripotentes são derivadas do próprio indivíduo e são capazes de se converter em qualquer outro tipo de célula do corpo. Outra vantagem é que ela descarta a necessidade do uso de células derivadas de embriões.
O estudo do Instituto Nacional de Ciências Radiológicas do Japão contradiz pesquisa da Universidade da Califórnia publicada no ano passado que concluiu que células pluripotentes reprogramadas foram rejeitadas pelo sistema imune dos roedores.
Masumi Abe, que liderou o estudo publicado no periódico científico Nature desta semana, afirmou ao iG que os resultados diferem do anterior pois os testes foram feitos mais vezes: “Nenhum dos nossos dados mostraram diferença significativa entre as células pluripotentes e as células-tronco embrionárias transplantadas”, afirmou estudo.

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“Nossa conclusão é que as células derivadas de células pluripotentes não são rejeitadas intrinsecamente. Porém vale destacar que o nosso estudo é muito básico, mas ele encoraja outras atividades essenciais para a aplicação médica das células pluripotentes”, disse Masumi.
A reprogramação de células é um assunto tão importante e com tantas aplicações que neste ano, dois pesquisadores que estudaram o tema foram vencedores do último Nobel de Medicina. A importância do avanço destes estudos está na criação de tecidos substitutos para o tratamento de doenças como o Parkinson, para o estudo da origem das doenças em laboratório, sem necessitar usar células-tronco embrionárias.
Masumi acredita que em um ou dois anos os testes devem começar em humanos em transplantes de células na retina, no Centro de Pesquisa Riken, no Japão, para restaurar as funções perdidas.
 
 

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