Dr Dimitrious ao lado da Drª Mayana |
Por Antonio Jorge de Melo
Depois de passar uma agradável tarde
com a nossa querida amiga Alexandra Szafir, retornamos ao auditório da Fecomércio
no dia 04/10, agora para um encontro com os pesquisadores convidados do evento
para um contato com os pacientes, familiares e cuidadores. Estavam lá os
pesquisadores brasileiros Miguel Mitne e Mayana Zatz, e os pesquisadores
internacionais, Dr Dimitrios Karussis-Departament of Neurology, Hadassa Medical,
e Dr Kevin Heggan-Harvard University. Eles fizeram uma breve explanação
sobre as pesquisas com células-tronco, e pouco depois foi dada a oportunidade
para as perguntas.
Foi perguntado sobre a história
do Rabino, e realmente o caso dele ainda não é conclusivo, porque segundo disse
o Dr Dimitrios, tanto Miastenia quanto ELA causam sintomas similares. Na 2ª
etapa do estudo, quando nova dose de células-tronco serão administradas ao
rabino é que eles terão uma ideia mais clara sobre isso. A pergunta que optei em fazer foi sobre o possivel uso compassionado do tratamento com as células-tronco da Brianstorm no Brasil, da mesma forma que o Rabino fez. A resposta do Dr
Dimitrious, pelo menos na minha opinião foi bastante evasiva e contraditória,
pois ele disse que não valeria esse tipo de ação, pois não atenderia ao
conjunto dos pacientes e os resultados não seriam significativos a pesquisa.Dr Dimitrios e Dr Kevin falaram aos
pacientes que eles deveriam estar mobilizados, exigindo das autoridades
públicas uma resposta as nossas necessidades, reconheceram que os pacientes de
ELA vivem um clima de ansiedade e pressa, e que outras possibilidades
terapêuticas também pudessem ser levadas em conta na expectativa dos pacientes,
e não apenas a terapia com ct. Eles disseram que ainda há questões básicas para
serem definidas com esse tratamento, como nº de injeções e local da aplicação. Tudo isso será discutido para que na continuação das pesquisas FASE II, essas questões estejam resolvidas.
Nessa altura do evento, a Silvia
pediu para o que o mesmo fosse encerrado, mas muitas perguntas ainda não haviam
sido feitas, as pessoas estavam receiosas e tímidas para fazer perguntas, e
acabei pedindo a palavra para pedir aos pesquisadores que levassem em conta que
ao paciente de ELA não resta nenhuma outra alternativa a não ser a morte, e
diante desse argumento, qualquer outra questão tem menor significância. Minha
colocação foi replicada pelo Dr Miguel, que também pautou suas avaliações na
questão da cautela e da segurança.
Um momento de grande consternação ocorreu quando a filha de um paciente de Brasília em prantos e muito emocionada pediu aos Dr Dimitrious para que seu pai fosse incluido em sua pesquisa clínica. Claro que a rsposta dele foi educada e gentil, mas a proposta foi prontamente desconsiderada.
A Drª Mayana garantiu, e suas palavras foram ratificadas pelos demais pesquisadores, que tudo que for possivel para que os tratamentos experimentais com ct comecem a ser feitos em pacientes de ELA o mais breve possivel será feito.
Ao final do evento, a impressão
que em mim ficou foi de que o evento foi uma ação esvaziada e pouco produtiva,
pois apenas 2 dos palestrantes convidados do evento compareceram, alem da
Mayana e do Miguel. Senti a falta da Drª Lygia e do Dr Stevens no evento. O tempo foi muito curto, e muitas outras
perguntas poderiam ter sido feitas, mas o tempo não permitiu. Assim, podemos
afirmar que foi possível extrair algo de bom e produtivo desse evento?
Sinceramente, não consigo achar uma resposta a essa pergunta. Pois o que
ouvimos ali na verdade é o mesmo discurso que já temos ouvido em outros eventos
em outras ocasiões, o fato de que os pesquisadores devem ter cautela e cuidado na
condução dos ensaios clínicos com ct em humanos, e a sensação de que não foi
dito ali o que tanto gostaríamos de ouvir. Em meu “arsenal literário” havia
perguntas a serem feitas a Drª Mayana, , a Drª Carolina (HCRP), ao Dr Stevens
(LANCE/UFRJ) e ao Dr Dimitrios, que infelizmente terão que ficar para uma
próxima oportunidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário