terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Estudo com células-tronco na China anunciado no site Clinical Trials

 



                                                                                                                        Por Antonio Jorge de Melo
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A notícia caiu como uma bomba, o governo chinês resolveu intervir na questão dos tratamentos com células-tronco adultas oferecidos por cerca de 200 clínicas e hospitais daquele país no mesmo momento em que o site americano clinaltrials.gov anuncia o início de um estudo experimental com células-tronco adultas na China em 30 pacientes com ELA no Hospital Geral das Forças Armadas da Polícia Chinesa, em Pequin. Já era tempo, porque o uso de células-tronco para tratar as mais diversas doenças, (vamos nos deter aqui nas doenças neuromusculares) ainda é um assunto controverso, e tem sido alvo de pesquisas e discussões no mundo, e a segurança e eficácia do uso dessa terapia ainda não estão estabelecidas, e, portanto, tal tratamento não poderia ser oferecido como se o fosse por esses centros. Em contrapartida o FDA autorizou recentemente a realização da primeira investigação com células-tronco adultas em pacientes com Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Trata-se de um estudo pioneiro e inédito, pois a técnica empregada no estudo foi elaborada pela Neuralstem Inc., uma empresa de Biotecnologia de Maryland EUA em parceria com a ALS Emory Atlanta University. O FDA autorizou a inclusão de 18 pacientes para serem estudados.

Particularmente, não tenho nenhuma opinião preconceituosa ou “chinofóbica” em relação ao que tem sido feito na China no que se refere a células-tronco, ao contrário, penso que na China aconteça as mesmas coisa que acontecem no Brasil e em outros países. Falta uma política de controle efetivo dos órgãos de saúde em relação aos tratamentos com células-tronco ali sobejamente oferecidos, falta moralização, falta organização, falta uma regulamentação eficaz que iniba abusos e conflitos de interesses. Daí a colocar todos os centros da China que oferecem terapia com células-tronco no mesmo crivo da desconfiança é n o mínimo uma atitude pretensiosa e preconceituosa, pelo menos na minha visão de um simples e curioso leigo, alem de paciente e parte interessada no assunto.

De qualquer maneira, essa medida anunciada pelo governo chinês com certeza agregará bastante valor as discussões que norteiam as pesquisas e tratamentos experimentais com células-tronco no cenário atual, e servirá para separar os bodes das ovelhas, e quem sairá ganhando no final com tudo isso seremos nós os pacientes de ELA, que sonhamos com a possibilidade de termos aqui no Brasil (ou mesmo lá na China) o início dos estudos experimentais sem custo e com o máximo de segurança. Essa é a nossa grande esperança.

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