sábado, 9 de agosto de 2014

Primeiro estudo brasileiro com CT em ELA poderá começar recrutar pacientes dentro de 1 ano



Prof Dr Gerson Chadi

De minha parte sei bem a responsabilidade que tenho ao falar aqui com vocês pacientes ELA. Os pacientes mais especiais dos especiais. Vocês sabem o porquê! Deixem que os curiosos descubram por si. Que tragam LUZ!
Eu quero trazer luz, porém a da verdade, a da ciência.

O que acontece neste momento da minha vida científica no Brasil, além dos estudos intensos sobre mecanismos da morte do neurônio motor e a busca quase insana por alvos terapêuticos para a ELA, é a possibilidade de um estudo clínico com células-tronco (CT) mesenquimais.
No que diz respeito à terapia com células, testei ao menos 8 delas em modelo animal antes de chegar até aqui. Uma delas em particular, as células de Schwann, fizemos uma história juntos e as coloco agora no contexto da ELA. As CTs, por sua vez, foram atropeladas pela euforia, vítimas do seu próprio potencial. Potencial que precisava, e ainda precisa, ser explorado e entendido.

É aqui que estamos no momento, como em TODOS os PAÍSES E INSTITUIÇÕES SÉRIOS no mundo. ESTUDO! Não existe tratamento com CT aprovado no mundo para as doenças do sistema nervoso.
A grande maioria ainda está nas fases de segurança e tolerabilidade. Alguns avançam ao se mostrarem seguros e com sinais neurológicos positivos.

Dos estudos com CT em andamento no mundo para a ELA, aquele que mais me parece promissor e seguro é o da BrainStorm de Israel. Este estudo está ainda nas fases iniciais. Foram 26 pacientes em Israel, um estudo aprovado (FDA) nos EUA mas ainda não iniciado, e outro agora em implantação no Brasil. Considero uma boa possibilidade, pois os testes de segurança e tolerabilidade feitos em Israel foram OK , além de alguns sinais neurológicos positivos. As células da BrainStorm produzem fatores neurotróficos, moléculas que estudo há muitos anos. Meu grupo realiza trabalho único no mundo para a descoberta de quais são os fatores neurotróficos que faltam ao neurônio motor humano durante as fases da doença. Assim, os critérios neurocientíficos, mas não aqueles do tipo, “injeta e vê o que acontece”, são os mais importantes.

Finalmente, estudo com CT de empresa do exterior feito no Brasil é uma novidade e os arranjos legais, técnicos e financeiros são desafios adicionais para tornar um estudo complexo desta natureza viável no país.

Neste contexto, resumo as previsões para este primeiro ESTUDO inicial no Brasil:

1- é inicial e incluirá um número PEQUENO de pacientes ,
2- os critérios de inclusão serão definidos pela BrainStorm em consonância com a FMUSP,
3- as aprovações pelo CEP local e ANVISA deverão levar 4-6 meses, aproximadamente,
4- Apenas após está aprovação é que o financiamento será liberado,
5- Reagentes e equipamento deverão ser importados de Israel,
6- Preparação do Centro de Tecnologia Celular da PUC-PR, vinda dos pesquisadores de Israel e treinamento dos pesquisadores do Brasil, 6 meses,
7- Em 12 meses os pacientes estarão sendo selecionados e o estudo deverá iniciar,
8- Todos as informações serão amplamente divulgadas com muita antecedência pelo site:www.projetoelabrasil.com.br
9- Nenhuma informação poderá ser antecipada antes da aprovação pela CEP, pois o projeto pode sofrer modificações a pedido da CEP.
Este período é semelhante ao praticado nos EUA pelos centros que deflagraram o projeto da BrainStorm naquele país, também fase inicial (fase IIa).

Importante:

1- A deflagração deste projeto neste momento, com início efetivo em aproximadamente 12 meses está em conformidade com o projeto ELA BRASIL. A BUSCA POR SOLUÇÕES.
2- Já estamos trabalhando para a aquisição de recursos para a deflagração dos próximos estudos e suas aprovações, de modo que os intervalos entre eles sejam minimizados ao máximo. Dependendo dos resultados obtidos, os próximos ESTUDOS entrarão em fase mais adiantada (fase III) quando é legalmente permitido a inclusão de número maior de pacientes e a participação de múltiplos centros de pesquisa
.
3-Como escrevi em publicações anteriores, apenas após a análise destes resultados todos é que a terapêutica mais efetiva poderá ser aprovada pela ANVISA como TRATAMENTO para a ELA.



segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Último paciente tratado no Estudo Fase II da Neuralsten em ELA



Maryland, 4 de agosto de 2014 -  A Neuralstem, Inc.  anunciou que o último pacientel foi tratado em seu ensaio de Fase II usando células-tronco neurais NSI-566  derivadas da medula espinhal no  tratamento da esclerose lateral amiotrófica (ELA ou doença de Lou Gehrig).

No ensaio multicêntrico de Fase II foram tratados 15 pacientes ambulatoriais em cinco grupos diferentes com diferentes  dosagens. Os primeiros 12 pacientes receberam injecções na região cervical da medula espinhal apenas, onde as células estaminais pode ajudar a preservar a função respiratória, em doses crescentes que foram  de cinco injeções de 200.000 células por injeção, a vinte  injecções de 400.000 células cada um. Os três pacientes finais no ensaio receberam injeções cervical e lombar, para um total de 40 injeções de 400.000 células cada, ou um total de 16 milhões de células transplantadas.

"Estamos todos muito satisfeitos por ter concluído os transplantes neste histórico estudo de Fase II", disse a investigadora Dra Eva Feldman, MD, PhD, Diretora do A. Alfred Taubman Instituto de Pesquisa Médica e Diretora de Pesquisa da Clínica de ELA da Universidade de Michigan Health System. "No início do próximo ano, vamos ter seis meses de acompanhamento de dados sobre os últimos pacientes que receberam o que acreditamos ser a dose máxima segura tolerada por esta terapia. Estamos ansiosos para ver o que os dados nos dizem sobre a segurança e eficácia desta abordagem. também é importante notar que vamos ter concluído este ensaio de Fase II em um ano, mais ou menos”.

"A conclusão da Fase II deste importante programa de pesquisa clínica é um marco importante, demonstrando que os pacientes podem tolerar o transplante de altas doses de células e múltiplas injeções na medula espinhal", disse o investigador principal local, Jonathan D. Glass, MD, Diretor do ALS Emory Center. "Tanto de uma perspectiva clínica quanto científica, eu acho que agora estamos prontos para avançar em direção a um verdadeiro teste terapêutico para testar a eficácia desta abordagem cirúrgica para retardar o curso da ELA."

Fonte: www.neuralsten.com
Tradutor Google
Imagem meramente ilustrativa

sábado, 2 de agosto de 2014

Pesquisa Clínica e Termo de Consentimento Livre e Esclarecido



Este documento é muito importante, pois garante que os direitos do participante serão respeitados. Ele contém todas as informações sobre o participante e deve estar escrito em uma linguagem clara e compreensível.
As informações que devem estar no TCLE são:
  • Por que é importante realizar este estudo clínico? O que os pesquisadores querem descobrir?
  • Como o estudo será feito? (Todos os exames que serão realizados, como serão realizados e com que freqüência, duração) 
  • Como será o acompanhamento (quantas consultas serão realizadas, cirurgias, etc)?
  • Quais os benefícios esperados? 
  • Quais os possíveis efeitos colaterais, complicações e riscos?
  • Quais as outras possibilidades de tratamento existentes além desta que será estuda?
  • Como e quando o medicamento será administrado?
  • Quem são os responsáveis pelo estudo (pesquisadores ou investigadores) e como entrar em contato com eles?
  •  Como será o ressarcimento (devolução do dinheiro gasto) por despesas decorrentes do estudo (como transporte e alimentação)?
  • Como será a indenização caso ocorra algum dano por causa do estudo?
O TCLE menciona ainda que todas as informações sejam mantidas em sigilo (confidencialidade) e que o sujeito de pesquisa tem a liberdade para sair do estudo a qualquer momento sem que ocorra nenhum prejuízo ao seu tratamento.

O TCLE deverá ter sido aprovado antes pelo CEP (Comitê de Ética em Pesquisa). O participante precisa assinar e colocar a data (quando assinou) o TCLE, pois esta assinatura vai comprovar que ele está participando do estudo porque quer (voluntário), porque realmente acredita que vai se beneficiar e que não foi forçado a isso!

O investigador vai conversar com o participante e esclarecer todas as suas dúvidas. Somente depois de ter certeza de que o participante entendeu o estudo clínico e concordou em participar é que o investigador vai pedir que ele assine o TCLE.
Orientações para o participante (quando for convidado a participar de um estudo clínico e receber o TCLE):
  • Ler e reler este documento com atenção;
  • Você pode solicitar uma cópia do documento, levar para casa para discutir com seus familiares para pensar no assunto;
  • Após ler com calma e discutir com seus familiares, faça anotações das suas dúvidas e volte a conversar com o investigador;
  • Somente assine o TCLE, após ter certeza de que compreendeu tudo e de que quer realmente participar, pois acredita que vai se beneficiar.

Este documento é feito em duas vias: uma via fica com o investigador e a outra fica com o participante.


Fonte: http://www.sbppc.org.br/
#movimentoelabrasil

Neuralsten anuncia nova fase de suas pesquisas com células-tronco em ELA em 32 pacientes

A pesquisadora de células-tronco Eva Feldman, MD, Diretora do Alfred Taubman Medical Research Institute A. da Universidade de Michigan, entre os seus diversos  compromissos, como reuniões e tempo no laboratório, está  fazendo ajustes sugeridos pelos Institutos Nacionais de Saúde (EUA) em sua proposta de doação de  5 milhões dólares para financiar a Fase 2b e a Fase 3 dos  testes  com células-tronco em pacientes com ELA.

Na última quinta-feira, a última das 15 operações em pacientes com ELA na Fase 2a dos testes em humanos - que envolvem a injeção de 8 milhões de células-tronco na região cervical e outro de 8 milhões na região lombar - foi realizada no Hospital da Universidade de Emory, em Atlanta.

Dra Feldman relatou que espera começar a próxima fase dos ensaios, que envolverá 32 pacientes com ELA, em janeiro ou fevereiro de 2015. Entretanto, os testes irão continuar nos 15 pacientes no estudo Fase 2a para determinar como a injecção das células-tronco estaminais retardam a progressão da doença.

A Emory University e a  Michigan University  serão os principais locais para os próximos 32 procedimentos. Ela explica que terá que  levantar fundos correspondentes a 2,5 milhões de dólares de entidades filantrópicas e fundações, mas ela  não espera que isso seja um problema.
"Até agora, tudo é encorajador. Muito encorajador.  Já sabemos se  as células-tronco são a resposta? Não. É por isso que esse projeto  é chamado de pesquisa ", disse a Drª Feldman.

Tradutor Google. Pode conter erros de tradução
Imagem meramente ilustrativa

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Pessoas envolvidas em uma Pesquisa Clínica




O pesquisador é o médico ou dentista (se pensarmos em estudos com produtos sujeitos a prescrição) que conduz a pesquisa clínica. Geralmente, fazem parte da equipe do investigador:
• O Co-Investigador ou Sub-Investigador que é um outro médico ou dentista que serve de apoio para o investigador e que pode substituí-lo sempre que houver necessidade.
• O Coordenador de estudo clínico: geralmente um(a) enfermeiro (a) ou farmacêutico (a) que tem por função coordenar as atividades do estudo, como preencher documentos, agendar consultas e exames, entregar medicamentos aos pacientes (no caso de medicamentos orais como comprimidos ou cápsulas), orientar pacientes sobre como tomar os medicamentos e checar se os pacientes entenderam todo o processo de condução do estudo. Pode haver necessidade de se preparar alguma medicação e neste caso o papel do farmacêutico é essencial.

IMPORTANTE: o Centro de Pesquisa é o local em que conduzimos um estudo, ou seja, é no centro onde os pacientes (sujeitos de pesquisa) são atendidos. Os Centros de Pesquisa podem ser Públicos ou Privados.

O paciente que participa de um estudo clínico é chamado de sujeito de pesquisa – aqui vale um esclarecimento: este termo técnico é utilizado porque o paciente é quem sofre a ação da pesquisa clínica, assim como na língua portuguesa, sujeito é quem sofre a ação da frase. Este paciente (sujeito de pesquisa) não é obrigado a participar da pesquisa clínica, ele participa se quiser (participação voluntária) e pode decidir sair do estudo a qualquer momento, sem sofrer nenhum dano ou constrangimento.

O patrocinador é quem patrocina (apóia financeiramente) a pesquisa clínica. Pode ser uma empresa ou instituição pública ou privada, por exemplo, indústrias farmacêuticas, de alimentos, de cosméticos ou até mesmo uma pessoa física que tenha condições financeiras de apoiar um projeto.

Os Órgãos Regulatórios são os responsáveis por aprovar a condução de um estudo clínico, ou seja, antes de o investigador começar um estudo clínico, ele deve pedir autorização para estes órgãos. Eles também acompanham todo o andamento do estudo para garantir que a segurança, direitos e respeito por todos os participantes estão sendo priorizados.

No Brasil, temos:
• Comitê de Ética em Pesquisa (CEP): aprova a realização do estudo em um determinado Centro de Pesquisa
• Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP): aprova a realização do estudo no Brasil

Se compararmos a pesquisa clínica com um jogo de futebol podemos entender melhor quem é quem na pesquisa clínica.
• os jogadores são os sujeitos de pesquisa
• o investigador é o técnico
• os órgãos regulatórios seriam o juiz e bandeirinhas